TEA e TDAH em adultos: impacto no trabalho e relacionamentos

O diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) em adultos traz à tona desafios que vão muito além da vida acadêmica. No cotidiano, essas condições impactam diretamente áreas centrais da vida adulta: o desempenho no trabalho e a qualidade dos relacionamentos.

Impactos no ambiente de trabalho

No trabalho, tanto o TEA quanto o TDAH podem se manifestar de formas diferentes:

  • Dificuldades de organização e gestão do tempo: atrasos, esquecimentos e problemas para lidar com demandas simultâneas.
  • Sensibilidade sensorial e sobrecarga: ambientes barulhentos ou com muita movimentação podem gerar exaustão.
  • Comunicação interpessoal: em pessoas autistas, pode haver dificuldades na leitura de nuances sociais; em pessoas com TDAH, interrupções ou impulsividade em reuniões.
  • Altas habilidades coexistentes: tanto no TEA quanto no TDAH, é comum encontrar criatividade, pensamento fora da caixa e hiperfoco em tarefas de interesse. Quando bem direcionadas, essas características tornam-se diferenciais no desempenho profissional.

A falta de compreensão do ambiente de trabalho sobre esses perfis pode levar a julgamentos equivocados, subestimação de competências e até à exclusão.

Impactos nos relacionamentos

Nos relacionamentos — sejam familiares, amorosos ou de amizade — as dificuldades também aparecem:

  • Dificuldade em compreender expectativas sociais implícitas (mais comum no TEA).
  • Impulsividade, esquecimentos ou falta de persistência em compromissos (mais comum no TDAH).
  • Mal-entendidos na comunicação: parceiros podem interpretar como desinteresse ou falta de consideração.
  • Oscilações emocionais: pessoas com TDAH, por exemplo, podem apresentar maior reatividade emocional.

Apesar disso, muitas características também se transformam em pontos fortes: sinceridade, autenticidade, intensidade emocional e interesse genuíno em assuntos ou pessoas podem fortalecer os vínculos.

O papel do autoconhecimento

O diagnóstico em adultos não deve ser visto como um rótulo limitante, mas como uma ferramenta de autocompreensão. Reconhecer padrões de funcionamento permite buscar adaptações no ambiente de trabalho, negociar estratégias nos relacionamentos e desenvolver recursos internos para lidar com as dificuldades.

A psicoterapia e a avaliação neuropsicológica são fundamentais nesse processo: ajudam a diferenciar sintomas, orientar intervenções e construir estratégias de enfrentamento mais funcionais.

Conclusão

O impacto do TEA e do TDAH em adultos no trabalho e nos relacionamentos é significativo, mas não deve ser visto apenas pelo viés das dificuldades. Quando há compreensão, suporte e adaptações, esses indivíduos podem expressar plenamente suas potencialidades — transformando desafios em habilidades únicas.

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