Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais comum encontrar adultos que recebem diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou TEA (Transtorno do Espectro Autista) pela primeira vez. Muitas dessas pessoas viveram décadas sem compreender plenamente suas dificuldades, acreditando que seus desafios eram falhas pessoais ou características de personalidade. Mas por que esse fenômeno de “descoberta tardia” tem acontecido?
Até pouco tempo atrás, o entendimento sobre TDAH e TEA era limitado.
Hoje sabemos que ambos são condições do neurodesenvolvimento ao longo da vida, com manifestações diversas e adaptadas a cada contexto.
Muitos adultos cresceram ouvindo frases como “é só preguiça”, “você é desorganizado”, “não sabe se enturmar” ou “é muito sensível”. Esses estigmas camuflaram sintomas que poderiam ter levado a uma investigação clínica.
Além disso, mulheres e pessoas com altas habilidades cognitivas frequentemente desenvolvem estratégias de compensação que reduzem a visibilidade dos sinais, mas não eliminam o sofrimento.
Com a popularização das redes sociais, muitos adultos passaram a ter contato com relatos e conteúdos sobre TDAH e TEA que se aproximam de suas próprias experiências.
Isso não substitui avaliação clínica, mas funciona como um gatilho de autoconhecimento, levando mais pessoas a procurar ajuda especializada.
Receber o diagnóstico na vida adulta pode gerar sentimentos ambíguos:
O diagnóstico não muda o passado, mas abre portas para um futuro com mais clareza e ferramentas para lidar com os desafios.
O aumento dos diagnósticos de TDAH e TEA em adultos não significa que essas condições estejam “surgindo mais agora”, mas sim que estamos aprendendo a reconhecê-las com maior precisão e menos preconceito. O processo de descoberta tardia é, acima de tudo, um convite ao autoconhecimento e à busca de suporte especializado.
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